terça-feira, 9 de junho de 2009

A vida na ex-colónia de Angola

Foi no mês de Dezembro no ano de 1963 que Manuel Farromba (meu tio-avô) embarcou num barco de nome NIAÇA, com destino a Luanda – Angola. Ele cumpria o serviço militar obrigatório e com ele encontravam-se mais 3 mil militares. Foi uma viagem de 12 dias sem quais quer condições.O meu tio-avô pertencia ao Batalhão de Manutenção. Este Batalhão era dividido em Pelotões de Assistência Directa (PAD) que tinham cada um a sua especialidade: mecânica de automóveis; mecânica de armas; etc. O pelotão do meu tio era o de mecânica.Quando chegou a Luanda, ficou instalado num antigo armazém de café, que foi transformado em Caserna. Era aqui que dormiam e comiam, sem grandes condições, mas com muitos amigos.Trabalhava a 3 KM da caserna, nas oficinas que estavam dentro da povoação chamada Ambrisete. Os residentes eram famílias simpáticas e os homens, que também cumpriam o serviço militar obrigatório, colaboravam e trabalhavam com eles. O meu tio fez alguns amigos residentes e gostava de os ajudar quando podia.Um dia de Janeiro de 1964, passou pela situação mais difícil da sua vida: estavam a ser atacados com granadas de morteiro a poucos metros deles, que por sorte não rebentaram. Naquela altura, comentaram que as granadas estavam um pouco húmidas e por isso não produziram o efeito esperado. Os atacantes eram os chamados terroristas, que, segundo lhe disseram na altura, queriam acabar com todos os campos militares.Hoje considera que esses invasores eram os angolanos a lutar pela sua independência. Neste dia, ele sentiu muito medo e pensou que podia morrer.De Portugal recebia notícias através do correio normal. Ele, para responder às cartas e mandar algumas fotografias, utilizava, para além do correio normal, os aerogramas, que eram gratuitos para os militares, mas que demoravam mais tempo a chegarA 10 de Dezembro de 1965, regressou finalmente a Portugal e um mês depois passou à disponibilidadade.




















Foto 1 – Convívio durante a viagem, entre os militares.


















Foto 2 – Fotografia tirada em frente à caserna.

















Foto 3 – Refeitório só coberto por um telheiro.























Foto 4 – Algumas famílias com quem convivia.



















Foto 5 – Fotografia tirada quando iam para o mato treinar.
















Foto 6 – Fotografia tirada em treinos, para se prepararem para uma situação de guerra.



Margarida Carvalho

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